sábado, 7 de novembro de 2009

Explicando o sumiço

Andei completamente perdido, perdido de mim mesmo, em mim mesmo. Experimentei sentimentos e sensações que juro, nunca imaginei que seriam tão intensas, tão doloridas mas ao mesmo e por que não tão úteis

Todas as minhas certezas absolutas se tornaram incertezas, tudo o que era real agora é apenas lembrança, o medo se transformou em forças e do amor só restou retratos.

Fiz planos, plano A, plano B, plano C e tanto outros planos, a vida me mostrou que de nada vale os planos, por que,ela por si só tem um caminho traçado e querendo ou não passaremos por ele, só me restou escolher de que modo eu passaria por todo esse longo caminho de sofrimento e aprendizado.

Em meio a tudo isso li em algum lugar uma frase que só agora faz sentido pra mim: " Escolher não é optar e sim renunciar." Hoje como tudo esta mais tranquilo, vejo que essa frase faz mais sentido agora, por que eu escolhi viver e renunciei o faz de contas, eu escolhi a realidade e renunciei os sonhos que não se realizam, eu escolhi a solidão verdadeira e renunciei a companhia pela metade.

Doeu muito e só de pensar em tudo que era e agora já não é mais, sinto como se essa vida não fosse a minha, por que está tudo tão claro, tão visível, e eu venho de uma vida cheia de vidas mal vividas, historias mal acabadas e ciclos intermináveis entre minha vida e todas as outras que estiveram ao meu lado. Esse momento do meu sumiço, foi a libertação, foi a redenção, foi o encontro de mim comigo mesmo onde somente o sim e o não foram válidos, o talvez ficou pra trás e assim espero que continue.

Estou em lua-de-mel comigo mesmo, fazendo as pazes com minhas histórias, tirando as reticências e colocando ponto final, tem sido dolorido mexer em algo até sagrado pra mim, mas não há outra maneira de ser e de sentir, só há a maneira correta e eu só soube dessa maneira analisando minha vida, minhas histórias e o mundo á minha volta.
Tudo á minha volta muda muito, e eu sou resistente a mudanças, há um ditado chinês que diz :"Não se vê o mesmo rio duas vezes.", aplicando esse ditado ao dia-a-dia, chego á conclusão de que não se vive o mesmo dia por duas vezes e partindo desse principio eu concluo que a hora é agora.
Agora é a hora de dizer o que não foi dito, fazer o que não foi feito, ousar, sentir, fazer, crescer, ir, me permitir, me cobrar menos e fazer mais, trabalhar menos e viver mais, planejar menos e agir mais.
Querer sair desse meu mundo seguro é mais que uma ousadia pra mim por que eu olho á minha volta e só vejo coisas insossas, historias insossas, vidas insossas construídas na mais perfeita sintonia entre o habito de ser o que é e o comodismo de estar onde se está, fazendo tudo pra preservar as coisas onde estão e nada pra mudar, pra melhorar, pra evoluir e esse tom cinza á minha volta já não me fascina mais, eu quero cor, eu quero vida, eu quero ir sem olhar pra trás e me dar todas as oportunidades de ser uma pessoa verdadeira não com o mundo á minha volta, mas comigo mesmo.